Bush só está vivo e no Lolla por um motivo: o carisma de um dos maiores galãs da história do rock

  • 13/03/2025
(Foto: Reprodução)
Ex-marido de Gwen Stefani, Gavin Rossdale parece que vive para tentar conquistar todos em volta dele. Banda britânica de pós-grunge toca no dia 30 de março no Lollapalooza, em SP. Gavin Rossdale, do Bush Josh Telles/Site oficial da banda Gavin Rossdale é do tempo em que bandas de rock vendiam 20 milhões de discos. E não estamos falando de Nirvana, Pearl Jam ou Soundgarden. O assunto aqui é o Bush, da segunda e menos impactante leva do grunge, estilo que unia rock alternativo, punk e metal com letras angustiadas. O gênero era mais ligado à cidade americana de Seattle, mas passou a ter "filiais" em outros lugares, como Londres, onde ele nasceu. Atração do último dia desta edição do Lollapalooza, o cantor e guitarrista é um cara cheio de graça. É daqueles que tentam te conquistar: não economiza no charme e nas piadinhas para você gostar dele. Lá pelo meio da conversa, ele me agradeceu por estar falando “com o maior site do mundo, pelo que me disseram”, ao mencionar o g1. Também disse que queria vir logo ao Brasil “para comer feijoada e jogar futebol na praia”. No auge do Bush, ele costumava bater uma bolinha em quadras improvisadas nos estacionamentos dos mega ginásios onde a banda tocava. “Meu filho quer jogar no gol. Todo mundo sabe que isso é coisa de perdedor, né? É assim no Brasil também? Quem é ruim com os pés vai para o gol?”, ele perguntou, inconsolável. Após uma pausa de oito anos, o Bush voltou em 2010, com só um outro remanescente, o baterista Robin Goodridge, que ficou até 2019. A quantidade de fãs deu uma bela diminuída. “Eu me importo mais com a qualidade, não com a quantidade”, justificou-se, meio passivo agressivo, mas ainda galanteador. “Não sou o McDonalds. Eu não quero fazer um monte de hambúrgueres, prefiro servir algo gostoso para poucos. Claro que quero tocar para o maior público possível. Mas sou realista.” Gavin Rossdale, em primeiro plano, em imagem do disco 'The Science of Things', lançado pelo Bush em 1999 Reprodução REVIEW: Veja como foi show do Bush em SP LINE-UP: Horários dos shows do Lollapalooza "Machinehead” e “Everything Zen” são dois dos maiores hits da primeira fase do Bush, de 1992 a 2002, com uma angústia grunge sempre achincalhada pela imprensa britânica. As bandas eram famosas por transformar tudo em uma metáfora para o sofrimento: da sensação de ser engolido ("Swallowed") ao medo de se relacionar com alguém explosivo ("Glycerine"). Sem a mesma correria do auge, hoje o Bush sai em turnês anuais com duração de cerca de quatro meses. “Temos todo o resto do tempo para viver uma vida e... espera um pouco, assim não dá para eu me concentrar.” Ele voltou ao telefone 30 segundos depois, explicando que era Apollo, seu caçula. “É meu filho, ele é muito bem educado e veio pedir permissão para algo aqui. O outro maior pediu para eu dizer 'oi' para você.” Era Zuma, o tal goleirinho. O primogênito Kingston completa o time de filhos que teve com Gwen Stefani, do No Doubt, com quem foi casado até 2016. Gavin conheceu Gwen durante uma turnê do Bush com o No Doubt, em 1995. O cantor queria tanto passar mais tempo com ela que fez um evento em Nova Orleans com um só objetivo: sair da festa com ela para passearem bêbados pela bonita região do French Quarter, no centro histórico da cidade. Deram o primeiro beijo naquela noite, muito romântica, mas também tomando cuidado para “não pisar nas poças de xixi”. No dia seguinte, tiveram o primeiro encontro “fofo, envergonhado e sóbrio”, na descrição dele. Naquela turnê, o No Doubt abria os shows do Bush e ainda estava consolidando seu fã-clube. O estouro veio pouco depois, com “Just a Girl” e “Don’t Speak”. Gavin foi ficando mais conhecido como marido da Gwen Stefani do que como cantor. Após aqueles mais de 100 shows em 1995, o Bush nunca mais entrou no top 40 americano. Mesmo assim, o grupo fez algum barulho em paradas mais alternativas com rocks românticos como “The Chemicals Between Us”. Gavin Rossdale, do Bush, com seus filhos Divulgação/Instagram do cantor A química entre Gwen e Gavin, porém, acabou. Eles se separaram em 2015. Segundo tabloides ingleses (uma fonte pouco confiável, é verdade), o cantor teria traído a esposa com a babá de seus filhos. O casal nunca falou sobre isso, mas o fim da relação rendeu uma música da carreira solo de Gwen, lançada um ano depois. Em “Used to Love You”, ela canta: “Eu pensei que eu era a melhor coisa que já aconteceu com você / Achei que você me amava mais”. Ele acabou ouvindo a música quando estava andando pelo aeroporto e reconheceu a voz da ex saindo de uma caixinha de som em um loja. E o que sentiu? “Eu fiquei parado lá ouvindo tudo e no final pensei ‘Okaaaay’. O que dizer? É uma música sobre como ela costumava me amar”, ele respondeu, ao ser perguntado por um jornalista na época. Um ano após o divórcio, “o pior momento da vida”, foi chamado para se sentar na cadeira do "The Voice" britânico. As performances tímidas como jurado no programa o fizeram ficar apenas na temporada de 2017. Não foi a única empreitada longe do Bush. Ele encarou papéis de coadjuvante em filmes como “Bling Ring” (2013) e “Constantine” (2005); e em séries como “Hawaii Five-0”. Gavin Rossdale e Gwen Stefani em foto de 17 de outubro de 2013 Chris Pizzello/Invision/AP Foram experiências "interessantes", mas sem chegar aos pés de um rolê feito aqui no Brasil. Ele dividiu palcos com David Bowie, com quem o Bush fez uma curta turnê pela América do Sul, em 1997. “É demais ter alguma relação com alguém tão incrível, engraçado, com uma diversidade cultural tão grande... Nunca pensei quando era mais novo que um dia pudesse ser amigo de alguém como ele.” A lembrança do falecido cantor inglês traz mais nostalgia à conversa. Lá no auge do grunge, passou pela sua cabeça que aquele seria o último momento em que o rock seria realmente relevante? “Não pensava nisso. Eu apenas pensava que eu era só mais um perdedor... Mas acabei descobrindo que não era tão perdedor assim.” E do que mais tem saudade? “Sinto falta da indefinição, de um horizonte aberto de possibilidades.” No começo dos anos 90, Gavin passava o dia pintando imóveis comerciais. “Já tive que pintar 12 consultórios de dentistas idênticos com uma cor de pêssego horrível. Era uma rotina totalmente kafkiana”, definiu. O lado punk faça você mesmo do grunge deu a ele a chance de ir aprendendo guitarra com a banda já em atividade. Gavin Rossdale, do Bush, e David Bowie Reprodução/Instagram/gavinrossdale Já que o grunge não volta mais, Gavin analisa o rock atual. “Eu ainda não consegui parar de ouvir System of a Down. Sempre serei fã. Tudo o que o Jack White faz é incrível. Existem boas bandas de rock, mas gosto daquele velho ditado: 'Existe música boa e música ruim'. Kendrick Lamar é bem melhor do que quase todas as bandas de rock hoje.” E seus filhos gostam do Bush? “Sim... vão em muitos shows. Menos o mais velho, sempre muito ocupado para mim. Tenho um que meio que trabalha para mim, ajuda na iluminação dos shows com uma lanterna.” Além dos garotos, ele é pai da modelo Daisy Lowe, fruto de um breve affair com a também modelo Pearl Lowe, no fim dos anos 80. Em Los Angeles, onde mora, ele se diz dividido entre a filharada e o estúdio. “Estou cantando melhor do que em qualquer outro momento da minha vida. Me sinto ótimo.” Também curte fazer ioga e jogar tênis. Pouca gente sabe, mas um dos parceiros de quadra era um cara que mandava muito bem e o fazia suar litros: um tal de Roger Federer. Ele já contou que nunca chegou perto de vencer o tenista suíço. No máximo, marcou alguns pontos e caprichou no saque para fazer Federer se esforçar. “Também jogo um pouco de futebol, mas nunca como goleiro.” A banda britânica Bush Divulgação/Neil Krug Vídeo: as atrações do Lollapalooza Lollapalooza anuncia todas as atrações para evento em 2025

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/lollapalooza/2025/noticia/2025/03/13/bush-so-esta-vivo-e-no-lolla-por-um-motivo-o-carisma-de-um-dos-maiores-galas-da-historia-rock.ghtml


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