Três anos após o voo de ‘Icarus’, BK vai além e se confirma gigante do rap com álbum em que faz conexões com a MPB

  • 28/01/2025
(Foto: Reprodução)
Samples de gravações de Djavan, Evinha e Milton Nascimento pontuam disco em que o artista reflete sobre a vida entre feats com Melly e Luedji Luna. Capa do álbum ‘Diamantes, lágrimas e rostos para esquecer’, de BK Bruna Sussekind ♫ OPINIÃO SOBRE DISCO Título: Diamantes, lágrimas e rostos para esquecer Artista: BK Cotação: ★ ★ ★ ★ ★ ♪ “Só eu sei as esquinas por que passei”. A voz de Djavan ecoa no refrão da gravação original da canção Esquinas, apresentada pelo autor em disco de 1984. Mais de 40 anos depois, Esquinas desemboca em Só eu sei, segunda das 16 faixas do quinto álbum de estúdio de BK, rapper nascido Abebe Bikila Costa Santos, em março de 1989, nas quebradas da Cidade de Deus. Três após Icarus (2022), álbum que o colocou em patamar mais elevado no universo do hip hop brasileiro, BK alça outro voo alto ao se conectar com a MPB, através de samples de gravações de ícones do gênero, como Djavan e Milton Nascimento, ao longo do álbum Diamantes, lágrimas e rostos para esquecer. Com a mesma pompa do título, o álbum Diamantes, lágrimas e rostos para esquecer mantém BK entre os maiores nomes do rap brasileiro ao ser lançado hoje, 28 de janeiro, pelo selo fonográfico do artista, Gigantes. Entre samples da MPB e batidas originais criadas por produtores como Deekapz, JXNV$ e Nansy Silvvz, BK faz reflexões sobre a própria caminhada profissional entre expiações de dores de amores. “Apegado nem à vitória nem à derrota / Não tenho medo / Tudo faz parte da história / Tô pronto pro que chegar agora”, avisa o rapper em Não adianta chorar, faixa de contorno épico com vocais e o choro da cuíca de Pretinho da Serrinha, também no toque do cavaquinho. Produzido entre maio de 2024 e este mês de janeiro de 2025, no estúdio carioca Cia. dos Técnicos, o álbum Diamantes, lágrimas e rostos para esquecer amplia o alcance do rap de BK ao promover a interação do artista com uma cantora surgida nos anos 1960 como Evinha, cuja voz suave é ouvida em Só quero ver através de sample da gravação de Só quero (Dal, Tom e Lilito, 1971). A música Só quero apareceu no mesmo álbum Cartão postal (1971) do qual BK extraiu outra gravação de Evinha, Espero pra ver (Renato Corrêa e Guarabyra, 1971), para usá-la na faixa Cacos de vidro, produzida por Kolo. Em Ninguém vai tirar minha paz, BK mantém um olho no passado da MPB – simbolizado pelo sample da gravação de Certas canções (Tunai e Milton Nascimento, 1982), ouvida na faixa na voz divina de Milton Nascimento – e o outro no presente da música brasileira, representado pela voz de Melly, revelação do pop black baiano em 2024. O álbum flagra BK em momento de revisão de derrotas e vitórias, com a consciência de saber as esquinas por que passou ao entrar em cena em 2013 e, três anos depois, lançar um álbum, Castelos & ruínas (2016), que começou o processo de elevação do nome do artista na cena nacional de hip hop. “Hoje novos problemas de um preto rico / E vocês só olham pras minas que eu fico / Só querem saber do dinheiro que eu fiz / Pra vocês isso resume ser feliz”, alfineta BK no tom quase sombrio do inventário feito em Eu consegui, faixa produzida por JXNV$, Kizzy e Ruxn. Aberto com o rap Você pode ir além, gravado por BK com Fye (aposta de BK no selo Gigantes, também presente nas faixas Mandamentos e Te devo nada), o álbum Diamantes, lágrimas e rostos para esquecer mostra o artista com postura altiva, mas sem cair na tentação da ostentação pura e simples. Entre letras confessionais, há boas conexões com a Fat Family – cujo R&B pop tempera o rap Da madrugada – e com a cantora Luedji Luna, cuja voz aveludada é ouvida em outro mix de rap e R&B, Abaixo das nuvens, faixa na qual também figura Luís Felipe Borges Campos, rapper carioca conhecido com Borges. Gregário nas conexões e feats., ao mesmo tempo em que reafirma a própria identidade, BK vai além e se confirma gigante na coesão do álbum Diamantes, lágrimas e rostos para esquecer. BK lança o álbum ‘Diamantes, lágrimas e rostos para esquecer’ Bruna Sussekind / Divulgação

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2025/01/28/tres-anos-apos-o-voo-de-icarus-bk-vai-alem-e-se-confirma-gigante-do-rap-com-album-em-que-faz-conexoes-com-a-mpb.ghtml


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